sábado, 30 de junho de 2007

E o mundo mudou? Love is all "we" need!!!

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John Lennon disse isso na década de 70...

O que ele diria hoje???

Deixo-lhes a pensar neste final de semana!

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Apócrifo - Mario Quintana

[...continuando o tema "apócrifos" (o primeiro foi sobre Gabriel García Márquez), hoje trago-lhes uma crônica atribuída a Mario Quintana... muito bem se sabe, que sua especialidade era poemas: "Não possuo o dom discursivo e expositivo, vindo daí a dificuldade que sempre tive de escrever em prosa. A prosa não tem margens, nunca se sabe quando, como e onde parar. O poema, não; descreve uma parábola traçada pelo próprio impulso (ritmo)."... palavras do próprio Mario Quintana...]


"Promessas Matrimoniais"


Em maio de 98, escrevi um texto em que afirmava que achava bonito o ritual do casamento na igreja,com seus vestidos brancos e tapetes vermelhos, mas que a única coisa que me desagradava era o sermão do padre:


"Promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-lhe e respeitando-lhe até que a morte os separe?"


Acho simplista e um pouco fora da realidade. Dou aqui novas sugestões de sermões:

Promete não deixar a paixão fazer de você uma pessoa controladora, e sim respeitar a individualidade do seu amado, lembrando sempre que ele não pertence a você e que está ao seu lado por livre e espontânea vontade?
Promete saber ser amiga e ser amante, sabendo exatamente quando devem entrar em cena uma e outra, sem que isso lhe transforme numa pessoa de dupla identidade ou numa pessoa menos romântica?
Promete fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não chegaram a se concretizar?
Promete sentir prazer de estar com a pessoa que você escolheu e ser feliz ao lado dela pelo simples fato de ela ser a pessoa que melhor conhece você e portanto a mais bem preparada para lhe ajudar, assim como você a ela?
Promete se deixar conhecer?
Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor?
Promete que fará sexo sem pudores, que fará filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de você, e que os educará para serem independentes e bem informados sobre a realidade que os aguarda?
Promete que não falará mal da pessoa com quem casou só para arrancar risadas dos outros?
Promete que a palavra liberdade seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na sua vida, que você saberá responsabilizar-se por si mesmo sem ficar escravizado pelo outro e que saberá lidar com sua própria solidão, que casamento algum elimina?
Promete que será tão você mesmo quanto era minutos antes de entrar na igreja?
Sendo assim, declaro-os muito mais que marido e mulher: declara-os maduros.



Deixando de lado a questão do "estilo", outro fato que definitivamente comprova que o texto não pode ser de Quintana é a data em que foi criado. Começa referindo-se a algo que foi escrito pelo(a) autor(a) em 1998, ou seja: tem de ser posterior a 1998. Mario Quintana, no entanto, morreu em 1994, não poderia, portanto, tê-lo escrito. A crônica, na verdade é de autoria da Martha Medeiros. Ela mesma já fez menção a essas confusões mais de uma vez, em "Clonagem de Textos" e "Crônica Sobre a Desinformação". Uma curiosidade: assim como Mario Quintana, Martha Medeiros também é gaúcha, de Porto Alegre, onde Quintana viveu por quase toda a sua vida!

quarta-feira, 27 de junho de 2007

Resolvendo pendências...







Essa semana fui surpreendido pela minha querida Vanda. Imagine vocês que este humilde blog foi indicado a uma das "Sete Maravilhas da Blogoesfera"!!!
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À Vanda fica aqui registrado os meus sinceros agradecimentos. Querida, teus pensamentos soltos traduzem nobres sentimentos expressos em palavras que acalentam nossos corações!


O prêmio é seríssimo minha gente, com direito a regulamento e tudo. Fica claro que a participação não é "obrigatória". Então meus amigos, só participa quem quer! Maiores informações através do blog O Sentido das Coisas, de onde originou-se a premiação. E vamos ao regulamento!!!
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1. Podem participar na votação todos os bloggers que mantenham blogues activos há mais de um mês [os outros esperem por outra ideia brilhante que alguém irá ter].
2. Cada blogger deverá referenciar sete nomes de blogs. A cada menção corresponde um 1 voto.
3. Cada blogger só poderá votar uma vez, e deverá publicar as suas menções no seu blog [da forma que melhor lhe aprouver], enviando-as posteriormente para o seguinte e-mail:
7.maravilhas.blogoesfera@gmail.com. No e-mail, para além da escolha, deverão indicar o link para o post onde efectuaram as nomeações. A data limite para a publicação e envio das votações é dia: 01/07/2007.
4. De forma a reduzir alguns constrangimentos [e desplantes], e evitar algumas cortesias desnecessárias, também são considerados votos nulos:- Os votos dos blogger(s) em si próprio(s) ou no(s) blogue(s) em que participa(m);- Os votos no blog O Sentido das Coisas.


No dia 7.7.2007 serão anunciados os vencedores e disponibilizadas todas as votações.


E os meus indicados são:

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Ainda me recompondo com tal indicação, a Dri resolve dar-me um presente. Premiou meu blog com o selo "Blog com Tomates" (que de acordo com o dono da idéia é "um blog que luta pelos direitos fundamentais do ser humano"). Cabe a mim (vixe! que responsa...), nomear 5 blogs...
Well... (risos...) And the "tomatos" goes to...
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Dri! Só tenho a agradecer-te, você é a maior "culpada" (risos...) disso tudo. Há mais ou menos um mês e meio, você me incentivou a criar este espaço num momento em que precisava externar sentimentos que tanto me afligia. E o blog hoje cresceu, e em pouco tempo ganhou a admiração e o carinho de vocês, que vêm aqui ler um pouquinho de mim... Amore, o meu obrigado sempre!!!

domingo, 24 de junho de 2007

(...e para começar a semana com vigor, deixo-lhes um bem-humorado dicionário de sentimentos... alguém sugere mais algum???)



SOLIDÃO é uma ilha com saudade de barco.
SAUDADE é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.
LEMBRANÇA é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo.
AUTORIZAÇÃO é quando a coisa é tão importante que só dizer "eu deixo" é pouco.
POUCO é menos da metade.
MUITO é quando os dedos da mão não são suficientes.
DESESPERO são dez milhões de fogareiros acesos dentro de sua cabeça.
ANGÚSTIA é um nó muito apertado bem no meio do sossego.
AGONIA é quando o maestro de você se perde completamente.
PREOCUPAÇÃO é uma cola que não deixa o que não aconteceu ainda sair de seu pensamento.
INDECISÃO é quando você sabe muito bem o que quer mas acha que devia querer outra coisa.
CERTEZA é quando a ideia cansa de procurar e para.
INTUIÇÃO é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido.
PRESSENTIMENTO é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que nem exista.
RENÚNCIA é um não que não queria ser ele.
SUCESSO é quando você faz o que sempre fez só que todo mundo percebe.
VAIDADE é um espelho onisciente, onipotente e onipresente.
VERGONHA é um pano preto que você quer pra se cobrir naquela hora.
ORGULHO é uma guarita entre você e o da frente.
ANSIEDADE é quando faltam 5 minutos sempre para o que quer que seja.
INDIFERENÇA é quando os minutos não se interessam por nada especialmente.
INTERESSE é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.
SENTIMENTO é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.
RAIVA é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.
TRISTEZA é uma mão gigante que aperta seu coração.
ALEGRIA é um bloco de Carnaval que não liga se não é Fevereiro.
FELICIDADE é um agora que não tem pressa nenhuma.
AMIZADE é quando você não faz questão de você e se empresta pros outros.
DECEPÇÃO é quando você risca em algo ou em alguém um xis preto ou vermelho.
DESILUSÃO é quando anoitece em você contra a vontade do dia.
CULPA é quando você cisma que podia ter feito diferente, mas, geralmente, não podia.
PERDÃO é quando o Natal acontece em Maio, por exemplo.
DESCULPA é uma frase que pretende ser um beijo.
EXCITAÇÃO é quando os beijos estão desatinados pra sair de sua boca depressa.
DESATINO é um desataque de prudência.
PRUDÊNCIA é um buraco de fechadura na porta do tempo.
LUCIDEZ é um acesso de loucura ao contrário.
RAZÃO é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato.
EMOÇÃO é um tango que ainda não foi feito.
AINDA é quando a vontade está no meio do caminho.
VONTADE é um desejo que cisma que você é a casa dele.
DESEJO é uma boca com sede.
PAIXÃO é quando, apesar da palavra "perigo", o desejo vai e entra.
AMOR é quando a paixão não tem outro compromisso marcado. Não! Amor é um exagero... também não. É um desadoro... Uma batelada? Um exame, um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego?
Talvez porque não tivesse sentido,
talvez porque não houvesse explicação, esse negócio de amor não sei explicar.






"Significados", Adriana Falcão

sexta-feira, 22 de junho de 2007

Apócrifo - Gabriel García Márquez

(...nessa minha incansável busca por poesias e textos que "falem por mim", encontro na Internet tantos absurdos atribuídos a escritores como Mario Quintana, Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles... só pra citar alguns. Infelizmente tem muita gente que não se preocupa com a autenticidade do que está publicando. Cuidado!!! Começo aqui a postar alguns apócrifos! Hoje trago um texto atribuído a Gabriel García Márquez...)


"A Despedida"

"Se por um instante Deus se esquecesse de que sou uma marioneta de trapo e me oferecesse mais um pouco de vida, não diria tudo o que penso, mas pensaria tudo o que digo. Daria valor às coisas, não pelo que valem, mas pelo que significam. Dormiria pouco, sonharia mais, entendo que por cada minuto que fechamos os olhos, perdemos sessenta segundos de luz. Andaria quando os outros param, acordaria quando os outros dormem. Ouviria quando os outros falam, e como desfrutaria de um bom gelado de chocolate! Se Deus me oferecesse um pouco de vida, vestir-me-ia de forma simples, deixando a descoberto, não apenas o meu corpo, mas também a minha alma. Meu Deus, se eu tivesse um coração, escreveria o meu ódio sobre o gelo e esperava que nascesse o sol. Pintaria com um sonho de Van Gogh sobre as estrelas de um poema de Benedetti, e uma canção de Serrat seria a serenata que ofereceria à lua. Regaria as rosas com as minhas lágrimas para sentir a dor dos seus espinhos e o beijo encarnado das suas pétalas... Meu Deus, se eu tivesse um pouco de vida... Não deixaria passar um só dia sem dizer às pessoas de quem gosto que gosto delas. Convenceria cada mulher ou homem que é o meu favorito e viveria apaixonado pelo amor. Aos homens provar-lhes-ia como estão equivocados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saberem que envelhecem quando deixam de se apaixonar! A uma criança, dar-lhe-ia asas, mas teria que aprender a voar sozinha. Aos velhos, ensinar-lhes-ia que a morte não chega com a velhice, mas sim com o esquecimento. Tantas coisas aprendi com vocês, os homens... Aprendi que todo o mundo quer viver em cima da montanha, sem saber que a verdadeira felicidade está na forma de subir a encosta. Aprendi que quando um recém-nascido aperta com a sua pequena mão, pela primeira vez, o dedo do seu pai, o tem agarrado para sempre. Aprendi que um homem só tem direito a olhar outro de cima para baixo quando vai ajudá-lo a levantar-se. São tantas as coisas que pude aprender com vocês, mas não me hão-de servir realmente de muito, porque quando me guardarem dentro dessa maleta, infelizmente estarei a morrer..."


O belo texto na verdade se chama "La Marioneta" e foi escrito por Johnny Welch, um ventríloquo que trabalha no México, para o seu boneco de nome Mofles. "Estou muito desapontado por haver escrito alguma coisa e não receber o crédito", disse certa vez Johnny Welch, o verdadeiro autor do poema.

quinta-feira, 21 de junho de 2007


É tempo de meio silêncio,
de boca gelada e murmúrio,
palavra indireta, aviso
na esquina. Tempo de cinco sentidos
num só. O espião janta conosco.
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É tempo de cortinas pardas,
de céu neutro, política
na maçã, no santo, no gozo,
amor e desamor, cólera
branda, gim com água tônica,
olhos pintados,
dentes de vidro,
grotesca língua torcida.
A isso chamamos: balanço.
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No beco,
apenas um muro,
sobre ele a polícia.
No céu da propaganda
aves anunciam
a glória.
No quarto,
irrisão e três colarinhos sujos.
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Parte IV do poema Nosso Tempo, de
Carlos Drummond de Andrade.

terça-feira, 19 de junho de 2007


(...dedico o post de hoje a todos os poetas que catam feijão... escolhendo, combinando palavras... selecionando os melhores grãos, a fim de construir uma poesia que fale por si, desfazendo-se de tudo o que for "leve e oco, palha e eco"...)








Catar feijão


1.


Catar feijão se limita com escrever:

joga-se os grãos na água do alguidar

e as palavras na folha de papel;

e depois, joga-se fora o que boiar.

Certo, toda palavra boiará no papel,

água congelada, por chumbo seu verbo:

pois para catar esse feijão, soprar nele,

e jogar fora o leve e oco, palha e eco.


2.


Ora, nesse catar feijão entra um risco:

o de que entre os grãos pesados entre

um grão qualquer, pedra ou indigesto,

um grão imastigável, de quebrar dente.

Certo não, quando ao catar palavras:

a pedra dá à frase seu grão mais vivo:

obstrui a leitura fluviante, flutual,

açula a atenção, isca-a como o risco.
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O poema "Catar Feijão" faz parte do livro "A Educação pela Pedra", de João Cabral de Melo Neto, cuja primeira edição foi publicada em 1965.

domingo, 17 de junho de 2007





Forte como um destino,

Calmo como um pastor,

A sarça ardente é quando o sol, a pino,

O inunda de seiva e de calor.




Barbas, rugas e veias

De gigante.

Mas, sobretudo, braços!

Longos e negros desmedidos traços,

Gestos solenes duma fé constante…




“A um carvalho” de Miguel Torga

sexta-feira, 15 de junho de 2007

Agradecimento!





"O amor se move: só por ele eu falo." (Dante)



E o amor que aqui exala se espalhou em cada canto, levado pelo vento...



Hoje eu vim agradecer o carinho de vocês que me indicaram como Destaque Cupido Fonte do Amor! Obrigado a todos!!!
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Se exalo amor é porque amor também respiro de vocês...










"... e desde então sou porque tu és, e desde então és, sou e somos, e por amor serei, serás, seremos..."
(Pablo Neruda)

quarta-feira, 13 de junho de 2007

Talking about love...


Tarefa incumbida pela querida amiga Cin... Vamos a ela!


Indicar 10 blogs que "exalem" amor!!!


Artur da Távola dizia que:


"O amor é um sentimento embaraçado nas raízes fundas do sentimento.
Quem ama nem tem consciência dessas raízes."


É fato que quem ama desconhece o motivo, apenas sente
...


E eu sinto o amor em cada um desses blogs, de uma forma ou de outra, seja através de palavras ou belas imagens...
São eles...













Obrigado pelo reconhecimento amiga e os indicados agora, favor citar mais 10 blogs que falem sobre o amor! Bom trabalho!!!

domingo, 10 de junho de 2007






há um lugar no coração que
nunca será preenchido
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um espaço
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e mesmo nos
melhores momentos
e
nos melhores tempos
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nós saberemos
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nós saberemos
mais que
nunca
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há um lugar no coração que
nunca será preenchido
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e
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nós iremos esperar
e
esperar
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nesse lugar
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"Sem chance de ajuda", Charles Bukowski, tradução de Fernando Koproski

sábado, 2 de junho de 2007




(...e o mais belo poema é a vida, que se lê enquanto se vai compondo...)
Henri-Frédéric Amiel

sexta-feira, 1 de junho de 2007




Tenho tanto sentimento
Que é freqüente persuadir-me
De que sou sentimental,
Mas reconheço, ao medir-me,
Que tudo isso é pensamento,
Que não senti afinal.




Temos, todos que vivemos,
Uma vida que é vivida
E outra vida que é pensada,
E a única vida que temos
É essa que é dividida
Entre a verdadeira e a errada.




Qual porém é a verdadeira
E qual errada, ninguém
Nos saberá explicar;
E vivemos de maneira
Que a vida que a gente tem
É a que tem que pensar.




Tenho Tanto Sentimento, Fernando Pessoa